domingo, 5 de julho de 2015

PORQUÊ!




No desfiladeiro da vida, flutuam palavras de breu, enfermas de silêncio, escarpadas pela ausência.


Não sei de mim!


Aliás, se eu de mim soubesse, escrevia-te com esta mão trémula de desejo, no vitral da janela a prece, onde te suplico o sol do teu sorriso a aurora do teu olhar.


Aqui estou debruçado, no parapeito da saudade, com olhos rasos de melancolia a contemplar a caducidade dos dias.


O relógio morreu!


Os ponteiros foram fossilizados pelo tempo implacável e voraz.


Ficou tanto por dizer!


O arrependimento, esbofeteia-me o rosto alagado de lágrimas covardes, que regam as páginas dos dias despojados de esperança, servidos numa bandeja de um futuro cheio de promessas de amanhã.


O tempo estragou o sonho e coloriu de cinzento a flor dos dias!


 


Diogo_Mar

9 comentários:

  1. Sabes, poeta?

    Os relógios não morrem
    o tempo, sim

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  2. O tempo até pode ter estragado o sonho... mas enquanto houver tempo... podemos continuar a sonhar... e partir em busca de outro sonho... mais possível, talvez...
    Olá, Diogo!
    Já faz um tempão que não passava por aqui...
    Lá está! Esse bandido do tempo, que não dá tréguas... e estive afastada da blogosfera durante algumas semanas, com uma avaria no pc, só tendo dado para passar por aqui hoje.
    Abraço! Esperando que esteja tudo bem, aí desse lado...
    Ana

    Adorei o texto!... Cabecita esquecedora... a minha, que já me ia embora sem dizer nada...

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  3. Quantos porquês ficarão eternamente sem resposta! Mas valeu a pena este porquê, porque se rasgou num belíssimo poema.
    Um abraço.

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  4. Por vezes perdemo-nos do caminho e de nós, mas chegará a altura em que nos voltaremos a encontrar. A sensação de que perdemos tanta coisa persistirá, mas depois o tempo voltará a contar e outros sonho ganharão vida.

    r: Muito, muito obrigada!

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  5. Agradeço a visita e desejo uma optima semana e que haja sempre um porquê na nossa vida.

    Um beijo.

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  6. Passando por aqui, e deixando um abraço, enquanto me ausento do meu blogue, por um tempinho...
    Até breve, Diogo!
    Ana

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  7. Belíssimas palavras compõem este texto de uma extrema sensibilidade. Não me canso de o ler.
    Um abraço.

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  8. Fica sempre tanto por dizer e o tempo não espera e as palavras morrem antes de nascer!
    Um abraço.

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