Perdeste-te na bruma dos dias, transformada em silhueta de
saudade oculta por de traz das vestes da ausência.
Lavro a terra com palavras agastadas regando-a com a chuva
do desespero.
Desembainho a espada manchada pelo sangue do sofrimento.
Confino-me a ínfimas partículas de cinzas varridas pelo
vento da amargura.
Dedilho as notas desafinadas da melodia do desalento lúgubre.
As forças, esbatem-se na derrota da cumplicidade dos dias, exalando
o incenso da mistificação.
O sol, vestiu-se de fuligem imanada pela minha alma
petrificada.
Agora já só resta, uma amálgama fossilizada nas estrias da
memória emoldurada por uma submissão mutilada, por um ascetismo impiedoso.
Em vão, abraço o inatingível, com o mais louco fervor de ser
feliz.
O grito lancinante é amordaçado, pela implacável resignação que
me asfixia.
As mãos trémulas, evidenciam a minha fragilidade, entregue a
um destino debruado pela conivência castradora.
Não sei de mim!
DIOGO_MAR
Senti-me muito perto deste estado dolente, do qual extrais um sentir que vai para lá
ResponderEliminardo que expressas em palavras. "Não sei de mim" - talvez não queiras saber do exterior de ti, mas certamente sabes bem do interior de ti...
Gostei imenso!
Bjo, Diogo :)
Às vezes a vida, adormece-nos de nós mesmos... mas depois algo acontece... de bom, ou de mau, que nos faz acordar, por dentro... e às vezes, renascer de novo...
ResponderEliminarAdorei o texto, Diogo!
Bjs
Ana
Woow... Evoluíste para a prosa num registo absolutamente fantástico!
ResponderEliminarparabéns... está excelente!