No desfiladeiro da vida, flutuam palavras de breu, enfermas de
silêncio, escarpadas pela ausência.
Não sei de mim!
Aliás, se eu de mim soubesse, escrevia-te com esta mão
trémula de desejo, no vitral da janela a prece, onde te suplico o sol do teu
sorriso a aurora do teu olhar.
Aqui estou debruçado, no parapeito da saudade, com olhos
rasos de melancolia a contemplar a caducidade dos dias.
O relógio morreu!
Os ponteiros foram fossilizados pelo tempo implacável e
voraz.
Ficou tanto por dizer!
O arrependimento, esbofeteia-me o rosto alagado de lágrimas
covardes, que regam as páginas dos dias despojados de esperança, servidos numa
bandeja de um futuro cheio de promessas de amanhã.
O tempo estragou o sonho e coloriu de cinzento a flor dos
dias!
Diogo_Mar