sábado, 17 de janeiro de 2015

DESABAFO



Salgo os dias, no convés da vida há deriva, por marés e monções, neste meu peito marinheiro, aproado de desejos náufragos.

Solto as amarras do prazer, na quilha do amor.

As palavras são farpas incandescentes transformadas em dores lânguidas de saudade.

Perdi o norte!

Procuro desesperadamente resgatar a bússola do meu viver, que transportas nos teus olhos, amarando no teu corpo, guardião de todos os prazeres.

 

DIOGO_MAR

sábado, 10 de janeiro de 2015

RETRATO



Eu sou intemporal.

Sou um apaixonado pela vida, e por tudo que ela nos oferece.

Adoro viver.

Adoro voar ao encontro do tudo e de todos.

Adoro o longe e a miragem.

Adoro abrir de par em par, este coração entalhado de desejo.

Adoro navegar e aportar, no mar chão do teu corpo.

Adoro ser a semente, que fertiliza e fecundas no teu canteiro.

Adoro saciar a minha sede na fonte que brota dos teus lábios.

Adoro pentear os dias, afagando-lhes o rosto com mãos repletas de esperança.

Adoro flutuar nas azas das emoções.

Adoro ser o porta-estandarte, da verdade, abnegação, humildade e justiça.

Desta forma sim,

Eu sou Eu!



DIOGO_MAR

quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

INQUIETUDE



Polvilho os dias, confinados ao esclavagismo temporal, expelindo palavras que se perpetuam, num relógio imaginário, onde os ponteiros, deram lugar a estalactites das lágrimas cristalizadas destes meus olhos perenes de sofrimento.

Calcorreio o caminho, empoeirado de desalento e impiedosamente espinhoso, entapetado de melancolia cega e raivosa, saciando a seiva das ervas daninhas, depurando-as com os fios do meu sangue a fervelhar, de esperança.

Talvez um dia, para além dos dias, renasça em mim, a vontade determinada de me persuadir, rebuscando-me no breu da noite plácida, confiando-me há guarda de Amitiel o Anjo da verdade.

Ó meu Querubim!

Ó meu guardião!

Embala a alquimia dos meus sonhos!

 

DIOGO_MAR

terça-feira, 6 de janeiro de 2015

SOU EU



Desenlaço as palavras fosforescentes, num Horizonte de silêncio, na cumplicidade de uma arruela de sonho, que desmorono ou que edifico.

Não me prendo a nada que me defina.

Sou companhia que isaltas, mas posso ser solidão a fervilhar ecos de vozes longínquas, embainhadas de nostalgia.

Serei o que tu quiseres, mas atenção, só quando eu quiser.

Se fazes de mim a tua BANDEIRA:

Eu faço de ti a minha PÁTRIA!

 



 

DIOGO_MAR